A Prefeitura de Marília (SP) confirmou, na manhã desta sexta-feira (22), mais uma morte por tuberculose na cidade, chegando ao total de seis registros no ano.
De acordo com a administração municipal, a vítima trata-se de um paciente do sexo masculino, de 71 anos, portador de doença respiratória crônica e imunossupressão, que iniciou tratamento com internação no dia 6 de abril e faleceu no dia 27 de julho.
Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Sistema Único de Saúde (SUS), no ano passado Marília computou 76 casos de tuberculose, ante 88 em 2021, 93 em 2020 e 110 em 2019. Neste ano, já foram 24 notificações sobre casos positivo da doença.
No ano passado morreram nove pessoas por tuberculose em Marília e outros quatro pacientes em tratamento contra a doença tiveram óbito por outras doenças, conforme o Sinan.
Desde 2001, de acordo com o sistema, foram diagnosticados 1.736 casos da doença no município, 74 mortes por tuberculose e 104 óbitos de pacientes por outras causas após diagnóstico positivo. Entre eles, 1.255 se curaram e 218 abandonaram o tratamento.
Prevenção e tratamento
Carlos Eduardo Bueno, médico pneumologista e coordenador do curso de Medicina em Marília, explica que a tuberculose é uma doença infectocontagiosa transmitida por partículas via inalatória.
"Todos nós estamos em contato com frequência com o bacilo da tuberculose, felizmente cerca de 95% das pessoas não desenvolvem a doença, só 5%", detalha.
Segundo o especialista, o principal sintoma da tuberculose é a tosse, seca ou com catarro. "Fica muito difícil de diferenciar de um quadro alérgico, de asma ou da tuberculose. A tuberculose pode vir associada à febre, sudorese noturna, perda de peso, fadiga, mas o principal sintoma é tosse".
Qualquer pessoa que apresente mais de três semanas de tosse deve procurar assistência médica. A prevenção vem mediante hábitos saudáveis, nutrição adequada e controle das doenças de base.
"A criança precisa ser vacinada logo na maternidade com a BCG para evitar as formas graves da doença, mas o mais importante é fazer o diagnóstico precoce, porque é uma doença infecciosa que tem tratamento e pode ter cura".
Conforme o médico, o tratamento dura seis meses, tem alguns efeitos colaterais, mas, em geral, é bem tolerado.
"As pessoas quando melhoram dos sintomas, deixam de ter febre, começam a voltar a ganhar peso, às vezes acreditam que estão curadas e abandonam o tratamento. Esse é um dos motivos do surgimento de bacilos resistentes", alerta.