A Polícia Civil abriu um inquérito, nesta segunda-feira (26), para apurar a aplicação de vacinas vencidas contra a Covid-19 em 80 moradores de Dracena (SP). Segundo a corporação, a abertura foi baseada no Artigo 129, do Código Penal, de lesão corporal.
As doses que estavam vencidas eram da fabricante OxFord-AstraZeneca, do lote 4120Z001, e foram aplicadas no município nos dias 14 e 15 de abril. Porém, a comunicação do procedimento foi feita pela Secretaria Municipal de Saúde de Dracena somente no dia 22.
O responsável pelo inquérito é o delegado Feres Cury Karam. Ele destacou que no primeiro momento das investigações vai solicitar à Prefeitura documentos junto ao setor específico do Poder Executivo e fazer o levantamento das pessoas que foram "supostamente vacinadas".
Além da análise de documentos, os “possíveis responsáveis” também devem ser ouvidos.
O inquérito tem o prazo mínimo de 30 dias.
Falha no estoque
Na semana passada, o prefeito de Dracena, André Kozan Lemos (Patriota), afirmou que o erro seria investigado, e que não trazia risco à saúde dos munícipes. Ele também salientou que todos que receberam as doses vencidas serão revacinados em um mês.
“Houve uma falha na gestão do estoque dessas vacinas. As vacinas que chegaram depois foram aplicadas primeiro e sete frascos ficaram para trás e aconteceu essa pequena falha. Falhas semelhantes não acontecerão”, declarou o prefeito André Kozan Lemos (Patriota) em pronunciamento nas redes sociais.
A Secretaria de Saúde informou que as pessoas que receberam essas doses serão monitoradas por 30 dias, a partir da data de aplicação, e não há motivo para entrarem em pânico. A pasta esclareceu que essas pessoas deverão aguardar em suas residências a visita de equipe da Saúde municipal para orientação.
Segundo a Prefeitura, a situação também foi comunicada ao Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE), de Presidente Venceslau (SP), e o procedimento foi considerado "inadequado". "Sendo assim, aguarda por mais orientações da Divisão de Imunização da Secretaria Estadual de Saúde", esclareceu, em comunicado.
"As vacinas fora do prazo, a princípio, não oferecem riscos, mas são consideradas inválidas", garante o político. "As vacinas serão aplicadas novamente em prazo curto, vamos entrar em contato para acompanhar a saúde das pessoas. É uma questão preventiva, mesmo", disse.
Agora, as pessoas receberão vacinas do Instituto Butantan, a CoronaVac, segundo Aline Andrade, diretora de vigilância em Saúde de Dracena. "A orientação é de que elas podem ser revacinadas daqui há um mês. Então será em 14 e 15 de maio a outra dose, considerando a primeira inválida", explica.
A administração municipal ressaltou que a campanha de vacinação vem sendo desenvolvida na cidade com todo o cuidado, desde o mês de janeiro, para evitar os mais diferentes problemas.