Região de Presidente Prudente contabiliza 24 casos da variante Ômicron do novo coronavírus

04/03/2022 08h10 Confirmações estão distribuídas entre dez cidades, segundo a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo.
Por G1, Presidente Prudente (SP)
Região de Presidente Prudente contabiliza 24 casos da variante Ômicron do novo coronavírus Região de Presidente Prudente (SP) já registrou 24 casos da variante Ômicron. (Foto: Getty Images/Via BBC)

Um balanço divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo indica que a região de Presidente Prudente (SP) já registrou 24 casos da variante Ômicron do novo coronavírus.

Os dados foram atualizados nesta quarta-feira (2).

O total de casos está espalhado por dez municípios do Oeste Paulista e o boletim atual tem dois registros a mais do que o balanço feito no dia 8 de fevereiro, quando eram 22 confirmações na região.

Presidente Prudente é a cidade com mais confirmações, ou seja, sete casos.

Em todo o Estado de São Paulo, são 6.197 casos da Ômicron confirmados até o momento.

Veja abaixo a lista de cidades e os seus respectivos números de casos da Ômicron confirmados na região de Presidente Prudente:

Presidente Prudente – 7;

Adamantina (SP) – 6;

Mariápolis (SP) – 3;

Tupi Paulista (SP) – 2;

Dracena (SP) – 1;

Flórida Paulista (SP) – 1;

Indiana (SP) – 1;

Martinópolis (SP) – 1;

Pacaembu (SP) – 1; e

Pirapozinho (SP) – 1.

Delta

Já em relação à variante Delta, o balanço da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo continua a registrar 125 casos na região de Presidente Prudente, nas atualizações feitas em 26 de janeiro e em 2 de março de 2022, nas seguintes cidades:

Presidente Prudente – 37;

Lucélia (SP) – 12;

Presidente Epitácio (SP) – 10;

Inúbia Paulista (SP) – 8;

Rosana (SP) – 8;

Santo Anastácio (SP) – 7;

Adamantina – 6;

Parapuã (SP) – 6;

Presidente Venceslau (SP) – 6;

Álvares Machado (SP) – 4;

Dracena – 3;

Estrela do Norte (SP) – 3;

Regente Feijó (SP) – 3;

Teodoro Sampaio (SP) – 3;

Martinópolis – 2;

Mirante do Paranapanema (SP) – 2;

Osvaldo Cruz (SP) – 2;

Alfredo Marcondes (SP) – 1;

Anhumas (SP) – 1; e

Mariápolis – 1.

Sintomas da Ômicron

Dores de garganta e de cabeça, coriza, dores musculares, fadiga, febre e tosse seca. Esses são os principais sintomas da variante Ômicron do novo coronavírus, já responsável pela maioria dos casos de Covid-19 no Brasil.

Infectologistas ouvidos pelo g1 ressaltam que a Ômicron, com suas dezenas de mutações em relação ao vírus original, tem uma tendência de infectar áreas superiores do trato respiratório, como a garganta, o que explica a ocorrência desses sintomas.

Essa diferença na apresentação clínica da doença faz com que quadros de perdas de paladar e de olfato, dificuldade para respirar ou falta de ar, sintomas tão característicos do começo da pandemia, sejam cada vez mais raros.

Isso também ocorre pelo fato de que a variante encontra atualmente uma população mais vacinada e que, em muitos casos, já teve um episódio de Covid-19. Assim, em muitos casos, a variante infecta uma pessoa que já possui alguma resposta imune ao vírus Sars-cov-2 (embora não especificamente à nova variante).

“A Ômicron não encontra mais um hospedeiro completamente cru”, explica Carla Kobayashi, infectologista do Hospital Sírio Libanês.

Confira abaixo os principais sintomas relatados pelos médicos:

Dor de garganta

Congestão nasal/coriza

Cansaço no corpo ou dores musculares (mialgia)

Fadiga

Febre (em alguns casos, não muito alta e mais comum em adultos)

Tosse seca (geralmente associada à uma irritação na garganta)

Problemas estomacais (mais raros)

Os sintomas se assemelham aos relatados pelo Zoe COVID Symptom Study, um projeto da Universidade King's College, de Londres, na Inglaterra. O estudo, que registra, via smartphone, como centenas de milhares de pessoas infectadas estão se sentindo no Reino Unido, indicou que os britânicos estão apresentando os cinco principais sintomas: nariz escorrendo, dor de cabeça, fadiga (leve ou grave), congestão nasal/coriza e dor de garganta.

Os pesquisadores compararam dados de dezembro de 2021 (quando a Ômicron se tornou dominante no Reino Unido), com dados do início de outubro (quando a Delta era a dominante).

Vacina

“O sintoma mais frequente é a dor de garganta. Disparado”, diz Lina Paola, infectologista da Beneficência Portuguesa, de São Paulo (SP). “Antes a gente falava mais de febre, agora é dor de garganta. É uma sensação de coceira na garganta, ou dor mesmo. Em segundo lugar, está a coriza (nariz escorrendo) e, em terceiro, eu diria que está a fadiga e o cansaço no corpo, acompanhando de dor”.

A infectologista ressalta ainda que alguns pacientes têm apresentado um quadro febril mais leve, geralmente em torno de 38ºC. Sintomas como diarreia e dor de cabeça, embora menos comuns, também estão associados.

Paola explica que o vírus da Ômicron tem uma afinidade, o que os cientistas chamam de “tropismo viral”, de replicação nas vias aéreas respiratórias superiores (cavidade nasal, faringe). Assim, alguns pacientes apresentam uma tendência maior de replicação viral na região da faringe, onde está a garganta.

“É isso que causa um efeito inflamatório maior. Por isso que essas pessoas têm mais dor de garganta que coriza”.

Para a especialista, contudo, o porquê de a Ômicron ter essa característica é algo que ainda precisa ser investigado pelos cientistas.

“São sintomas que passam muito rápido”, diz Suleiman. “Essa sensação de garganta arranhando, geralmente acompanhada de uma tosse seca, é o que dura mais. Às vezes pode durar duas semanas. Mas a tosse não é severa, ela incomoda”.

“No início da pandemia víamos que a média de duração da doença era de 7 a 14 dias, hoje estamos falando de 3 a 7 dias”, ressalta também Paola.

Crianças e idosos

Os especialistas ressaltam que a variante tem mantido os sintomas em todas as faixas etárias. A diferenciação, nesses casos, é a intensidade de apresentação da doença.

Apesar disso, embora crianças tenham menos risco de desenvolver sintomas graves de Covid-19, a probabilidade não é nula.

A variante Ômicron, inclusive, provocou um aumento inédito das internações nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) pediátricas de capitais estaduais. Somente no Estado de São Paulo, o número de crianças e adolescentes internadas em UTIs registrou uma alta de 61% nos últimos dois meses.

Os especialistas ouvidos pelo g1 pontuam que a dor de garganta também é sintoma que acomete os mais jovens. Contudo, em bebês, a identificação desses sintomas é mais difícil tendo em vista que os pequenos não conseguem manifestar o que estão sentindo. Assim, os pais precisam estar atentos para sinais como perda de apetite.

“Tanto nas crianças pequenas como em idosos que não conseguem se expressar é importante que estejamos atentos. Mas isso é algo importante não apenas para Covid, mas para todas as doenças”, diz Lina Paola.

A infectologista também alerta que, nesses casos, quando os pacientes não conseguem se hidratar e comer adequadamente, eles podem apresentar um quadro de tontura, embora esse seja um sintoma raro.

“Esse não tem sido um sintoma tão importante como foi nas últimas cepas”, diz.

“A tontura é muito mais um sintoma neurológico, de vertigem. Não entra na classificação de um sintoma gripal”, complementa a médica Carla Kobayashi.

Pulmonares

A variante Ômicron – também chamada B.1.1529 – foi reportada à Organização Mundial da Saúde (OMS) em 24 de novembro de 2021. Desde então, com a predominância desses casos, o quadro dos principais sintomas associados à Covid mudou bastante.

Segundo a análise do Zoe COVID Symptom Study, a perda de olfato e paladar não é tão comum em infectados com a Ômicron. O projeto apontou que o sintoma estava entre os 10 mais citados no início de 2021. Atualmente, ele ocupa o 17º lugar, com apenas uma em cada cinco pessoas relatando a falta de olfato e paladar.

“Isso é excepcionalmente raro hoje em dia”, diz Suleiman

Ele explica que as manifestações sintomáticas das variantes anteriores tinham duas fases: as pessoas tinham uma síndrome gripal, com obstrução, coriza, mal-estar e febre. Ao fim da primeira semana, o indivíduo apresentava então problemas pulmonares.

“Com a Ômicron não temos essa característica. Eu só vi um único caso desde então”, destaca.

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