Secretaria Municipal de Saúde investiga mais dois casos suspeitos de coronavírus em Presidente Prudente

04/03/2020 13h23 Pacientes são um casal - um homem de 53 anos e uma mulher de 50 anos - que retornou na última segunda-feira (2) de uma viagem à Itália.
Por G1, Presidente Prudente - SP
Secretaria Municipal de Saúde investiga mais dois casos suspeitos de coronavírus em Presidente Prudente Mais dois casos suspeitos do novo coronavírus são investigados em Presidente Prudente. (Foto: Aline Costa/G1)

A Secretaria Municipal de Saúde anunciou nesta quarta-feira (4) a notificação de mais dois casos suspeitos de coronavírus em Presidente Prudente (SP).

Os pacientes são um casal - um homem de 53 anos e uma mulher de 50 anos - que retornou a Presidente Prudente na última segunda-feira (2) de uma viagem à Itália.

Segundo a secretaria, os pacientes apresentaram sintomas de tosse, coriza e congestão nasal.

Os pacientes procuraram atendimento médico em um hospital particular da cidade nesta terça-feira (3), onde relataram este histórico, e foi aberto o protocolo de casos suspeitos, conforme orienta o Ministério da Saúde.

Amostras de materiais foram coletadas e encaminhadas para análise do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo (SP), órgão estadual ao qual cabe confirmar ou descartar os casos.

O primeiro caso suspeito da doença em Presidente Prudente foi anunciado na segunda-feira (2) e refere-se a uma jovem, de 21 anos. Os resultados dos exames que indicarão ou descartarão a doença para esta paciente ainda não foram divulgados.

Precaução

O secretário municipal de Saúde, Valmir da Silva Pinto, confirmou a suspeita de mais dois casos de coronavírus em Presidente Prudente.

Ele ainda afirmou que os resultados dos exames feitos com a primeira suspeita da doença, em uma jovem, de 21 anos, ainda não foram concluídos.

"Se alguma informação estiver sendo veiculada de que o resultado já saiu e é positivo, essa informação não é verdadeira", acrescentou Pinto.

Conforme o secretário, há mais duas notificações de suspeitas do coronavírus, em um casal que foi atendido em uma unidade de saúde, apresentando os sintomas. Os pacientes vieram da Itália e, em função disso, por precaução, foi feita a notificação e foi colhido o material para os exames. Agora, são aguardados os resultados do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.

Os três casos, por recomendação médica, estão em isolamento social, pois não há necessidade da permanência deles em hospitais.

"Nós falamos com eles na manhã desta quarta-feira [4] e estão muito bem, muito tranquilos, só estão preocupados com o movimento que está sendo feito em torno disso", explicou o secretário.

Notificar os novos casos suspeitos, de acordo com o secretário, foi uma precaução fundamentada em métodos oferecidos pelo Ministério da Saúde.

"Nós estamos preparados com o conhecimento daquilo que está ocorrendo. Se, por acaso, acontecer algum caso grave, esse caso grave será tratado de forma isolada, na estrutura que Presidente Prudente já tem. Se necessário, será encaminhado para São Paulo, onde foram disponibilizados alguns hospitais específicos. Estamos preparados para atender os casos até um determinado limite", disse Pinto.

O secretário ainda enfatizou que o que está acontecendo com os três pacientes com a suspeita da doença é uma precaução em benefício de toda a sociedade.

Infectologista

Segundo o médico infectologista Alexandre Portelinha, o casal apresentou sintomas de um resfriado comum, com tosse, espirros e congestão nasal.

"Eles não apresentavam febre, tinham temperatura normal, inclusive na aferição durante o atendimento médico. Geralmente, é dessa forma que se apresenta o coronavírus, podendo se agravar com insuficiência respiratória e até alguns óbitos", explicou o especialista.

O médico ainda falou que os três pacientes suspeitos em Presidente Prudente estão muito bem, apresentando apenas resfriados comuns, sem gravidade. Eles estão em isolamento social até que saiam os resultados dos exames.

"Os sintomas se apresentam de diferentes formas em diferentes pessoas. O covid-19, com estudo estatístico que foi feito até agora com os mais de 90 mil casos, mostra que 80% são resfriados comuns, ou seja, não leva a problema nenhum de saúde, a pessoa fica com tosse, coriza, dor de garganta e não tem nada mais que isso, já 15% apresentam uma doença um pouco mais importante e a minoria, de 3% a 5%, é que realmente complica com uma doença grave", acrescentou Portelinha.

"Tudo depende muito do estado de saúde de quem contraiu o vírus. A gente vê que os óbitos acontecem principalmente em pessoas acima dos 60 anos e que já têm alguma doença de base, ou pulmonar, ou crônica, ou seja, que já têm uma saúde debilitada. Nas pessoas abaixo de 15 anos, não houve nenhum óbito e todas as crianças seguem como se fosse um resfriado comum", salientou o infectologista.

Procurar uma unidade de saúde ao apresentar os sintomas é necessário por conta de uma possível evolução para a gravidade da doença e, também, para fazer a contenção da disseminação dos casos entre o município, conforme o médico.

O casal, vindo da Itália, relatou que fez um tour pelo país do continente europeu, passando por diversas cidades.

"Eles ainda contaram que em nenhum momento utilizaram máscaras e que isso não foi visto por lá entre as pessoas. O que é visto na mídia parece que é mais alarmado do que o que eles viram por lá", contou o médico.

A supervisora da Vigilância Epidemiológica Municipal (VEM), Elaine Bertacco, enfatizou que, ao procurar a unidade de saúde, o paciente deve relatar exatamente o que aconteceu, com precisão nas datas, pois toda a contagem é feita baseada nessas informações.

"É importante que a prevenção continue, como lavar as mãos, utilizar álcool em gel, manter os locais arejados, tudo isso deve ser hábito. A máscara só usa quem está com a suspeita da doença, apresentando os sintomas", pontuou a supervisora.

Comente, sugira e participe:

Cadastre seu WhatsApp e receba notícias diariamente pelo celular