SP vai enviar à Anvisa pedido para vacinar contra Covid crianças de 5 a 11 anos

03/11/2021 15h02 Gestão estadual defende urgência da aprovação de imunizantes e diz aguardar parecer favorável para iniciar campanha. Pedido da Pfizer deve ser feito ao longo do mês. Butantan defende segurança da CoronaVac nesse público e diz que tenta reunião com a Anvisa para aprovação dos dados.
Por: G1 , São Paulo - SP
SP vai enviar à Anvisa pedido para vacinar contra Covid crianças de 5 a 11 anos Foto: Joseph Prezioso / AFP

O governo de São Paulo disse que irá enviar nesta quarta-feira (3) à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pedido de autorização para imunizar crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19.

"O governo do estado de São Paulo envia hoje ofício à Anvisa solicitando que autorize com urgência o início do processo de vacinação de crianças de 5 a 11 anos. Lembrando que países como Chile, Argentina e a Colômbia já iniciaram a vacinação de crianças", disse o governador João Doria (PSDB) em coletiva de imprensa no início da tarde.

A solicitação, na prática, ocorre como instrumento de pressão, uma vez que no país ainda não há nenhum imunizante aprovado pela agência para vacinação desse grupo.

Segundo Regiane de Paula, coordenadora do Programa Estadual de Imunização, o estado tem condições de iniciar a imunização das crianças assim que receber a liberação da Anvisa.

"A Anvisa deve receber, nos próximos dias, uma solicitação também da Pfizer para que ela possa aprovar essa vacina para essa população, da mesma forma que FDA e CDC já aprovaram nos EUA", disse ela.

"O estado de SP mais uma vez se antecipa solicitando à Anvisa a urgência para que a gente possa ter essa aprovação. Em tendo essa aprovação, o estado de SP tem total condição, com 645 municípios, para iniciar imediatamente a vacinação dessa população de 5 a 11 anos. Só aguardamos um parecer favorável da Anvisa para que a gente possa iniciar a vacinação desse público", completou ela.

CoronaVac

O governo estadual defende, ainda, a segurança e eficácia da CoronaVac no público infantil. Segundo o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, estudos de segurança do imunizante são enviados constantemente à agência.

"A CoronaVac é a vacina mais segura para uso em crianças e adolescentes na faixa de 3 a 17 anos. É a vacina que foi mais aplicada nessa população no mundo. Hoje, já próximo de 70 milhões de crianças e adolescentes vacinados com essa vacina. E ela aqui na América do Sul já está em uso no Chile desde setembro", disse Dimas Covas.

Ainda segundo o diretor, uma nova reunião para tratar do assunto deverá ocorrer nos próximos dias.

"Esses dados têm sido oferecidos quase que online para a Anvisa, à medida em que são gerados. Solicitamos para essa semana uma nova reunião com a Anvisa para revisão de dados que já chegaram, inclusive, esta semana. Estamos nesse processo. Esperamos, sim, que haja um entendimento da Anvisa de que essa é uma vacina que já tem seu perfil de segurança demonstrado, principalmente para essa população."

Em agosto, os diretores da Anvisa negaram unanimemente o pedido do Butantan para incluir crianças e adolescentes (de 3 a 17 anos) entre as pessoas que podem receber a CoronaVac no Brasil.

"O que concluímos é que os dados apresentados até o momento são insuficientes para estabelecer o perfil de segurança na população pediátrica. Portanto, a relação de benefício-risco é desfavorável para o uso da vacina nessa população", afirmou à época Gustavo Mendes, responsável pela Gerência Geral de Medicamentos e Produtos Biológicos (GGMED) da Anvisa.

Pfizer

Na semana passada, a farmacêutica Pfizer disse que entrará com um pedido de autorização na Anvisa para que a vacina possa ser aplicada em crianças. O pedido será feito ao longo do mês de novembro.

No final de outubro, a Pfizer informou que sua vacina contra a Covid-19 é segura e mais de 90,7% eficaz na prevenção de infecções em crianças de 5 a 11 anos. Os dados foram enviados à FDA.

O estudo acompanhou 2.268 crianças que receberam duas doses da vacina ou placebo, com três semanas de intervalo. Cada dose foi um terço da quantidade administrada a adolescentes e adultos.

Segundo os pesquisadores, 16 crianças que receberam o placebo foram infectadas com Covid-19, em comparação com três que receberam o imunizante.

 

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