Testes feitos com detentos que apresentavam sintomas de contaminação pelo coronavírus confirmaram um verdadeiro surto da doença na Penitenciária de Osvaldo Cruz, no interior paulista.
Dos 76 detentos que foram submetidos ao exame na terça-feira(11) e na quarta-feira(12), 43 tiveram diagnóstico positivo para a Covid-19, ou mais da metade do total. Todos foram isolados. Atualmente, a unidade prisional tem uma população carcerária de 1.018 detentos, para uma capacidade de 844.
Desse total, 140 haviam deixado a unidade para a saída temporária prevista em lei, entre 23 de dezembro de 2021 e 3 de janeiro de 2022, e 139 retornaram. Esse contato entre os presos e outras pessoas fora dos muros pode ter relação com os contágios, apesar de não haver informações sobre quantos dos que saíram estão contaminados.
O surto de coronavírus preocupa a diretoria do SIFUSPESP no momento em que a doença volta a ameaçar o Brasil em virtude do surgimento da variante ômicron, considerada pelos infectologistas potencialmente mais contagiosa que as anteriores.
A diretoria do sindicato solicitou à Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Oeste do Estado(Croeste) a suspensão das visitas presenciais do próximo final de semana, a exemplo do que foi feito em pavilhões outras unidades prisionais que haviam apresentado muitos casos de sintomas gripais entre os presos. Também foi pedido o adiamento da prova do Exame Nacional do Ensino Médio(Enem), marcada inicialmente para domingo(16).
Por outro lado, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) não tem exigido das famílias dos detentos os comprovantes da vacinação que previne o contágio pela Covid-19, feita a exceção aos idosos acima de 60 anos.
Para o SIFUSPESP, o bloqueio do acesso dos não vacinados às unidades é necessário porque ajuda a evitar a proliferação do vírus, além de ser coerente com a ameaça de punição feita pelo governo do Está aos servidores que não tomaram as duas doses do imunizante.
O sindicato orienta todos os trabalhadores do sistema prisional a se vacinarem em dia, inclusive com a dose de reforço, e a continuarem a cumprir os protocolos sanitários de prevenção, entre eles o uso de máscara de proteção, de álcool gel e o distanciamento social.
Qualquer eventual surto detectado pelos servidores em outra unidade deverá ser comunicado imediatamente ao sindicato.
A vacina e os cuidados de cada um salvam vidas. Desde o início da pandemia, em março de 2020, o coronavírus matou 125 trabalhadores do sistema prisional paulista.